quarta-feira, 10 de junho de 2009

A NASDAq e A Bolha da Internet


                                                                       NASDAq


Esse tema a respeito da NASDAq foi abordado durante o nosso Seminário da Faculdade.

Parafraseando o que é uma bolha? É um globo cheio de gás, ar ou vapor que se forma em alguma substância líquida ou pastosa que ao ser agitada ou por motivo de ebulição ou fermentação e depois estoura como o que ocorreu com a bolha da internet.

Tudo se inicia em 1995 quando a Netscape fez um IPO (sigla em inglês para oferta pública inicial de ações), outras empresas de tecnologia e internet seguiram ela e foi criada uma bolsa de valores especial para o ramo a NASDAq.

Muitas dessas milhares de empresas que surgiram tinham modelos de negócio falhos, ou seja, empresas sem possibilidade real de lucro recebendo aportes milionários de capital. Tudo isto gerou uma supervalorização de tais empresas 'pontocom' e de suas ações listadas na Bolsa NASDAq (bolha) e consequentemente novas empresas surgiam querendo abocanhar uma fatia do crescimento surreal que o mercado virtual vivia.

Essas ações listadas das empresas "pontocom" atingiam picos de faturamento e eram exageradamente avaliadas em termos de investimentos. Apesar de não gerarem lucros, seu valor era muito mais no que poderiam gerar de lucro futuro.

No início de 1999, por exemplo, os investidores do Vale do Silício competiam pelo privilégio de financiar mais de meia dúzia de empresas operando portais de web voltados para produtos, serviços e informações vinculados a animais domésticos. Em retrospectiva, está claro que nenhuma daquelas empresas poderia ter sido bem-sucedida. Ainda assim, todos os investidores, e também as equipes das novas empresas lançadas, continuaram com essa viagem maluca. A imprensa e o público também se juntaram entusiástica e voluntariamente à celebração do que prometia ser um admirável mundo novo, onde não mais se aplicavam os princípios de negócio convencionais. Por que todos eles estavam tão errados?

Algumas ideias inter-relacionadas e mutuamente reforçadoras parecem ter induzido a erro mesmo as pessoas mais experientes. A mais importante foi aquela do tempo da internet. Essa era a percepção de que o desenvolvimento de um produto e sua aceitação pelo consumidor estava agora ocorrendo em uma fração do tempo que levava tradicionalmente. Intimamente relacionada com o conceito de tempo da internet era a ideia de que a primeira empresa a se estabelecer num novo mercado teria uma vantagem quase insuperável sobre os atrasados - a chamada vantagem do primeiro movimento. Mais suporte para a loucura das pontocom foi dado pela noção de efeito de rede, segundo a qual a adoção de um novo produto ou serviço por consumidores e produtores induzia outros a fazer o mesmo.

A bolha, de 1998 a 2001, marcou um período de euforia dos mercados com os avanços da internet. Empresas recém-criadas com CEOs imberbes e sem planos de negócios, recebiam milhões de dólares de investimentos desde que tivessem a expressão "pontocom" no nome. O termo 'nova economia' passou a decretar o que era bom e o que era ruim no mercado e alguns analistas, elevados à categoria de pitonisas, podiam definir a vida ou a morte de empresas, arbitrando o destino de bilhões de dólares.

No dia 10 de março de 2000, a NASDAq chegou ao pico de 5048 pontos, o que correspondia a um crescimento de mais de 100% no período de um ano. Com toda essa especulação, o desfecho dessa história não poderia ser diferente. A bolha estourou! Um fenômeno conhecido como o "estouro da bolha da internet" e milhares de empresas foram destroçadas e muitos investidores perderam verdadeiras fortunas.

A NASDAq apresentou então seu pior resultado, com ações de algumas empresas perdendo mais de 90% do valor. Os prejuízos chegaram á casa dos trilhões de dólares. Várias empresas fecharam suas portas e termos como 'internet' e 'pontocom' passaram a ser associados a medo, crise e demissão.

A crise gerou e tirou 5 trilhões de dólares de valor de investimentos das empresas de tecnologia entre março de 2000 e outubro de 2002.

É lógico que empresas cujos modelos de negócio eram bem-estruturadas sobreviveram e estão até hoje aí para contar história, como Yahoo!, Google, Amazon e várias outras que colaboraram para o desenvolvimento de novas tecnologias e também foi essencial para a popularização da internet, tanto que em 1995 havia cerca de 16 milhões de internautas e hoje são bilhões em todo mundo.

Na época - em que banners e pop-ups dominavam a publicidade na internet e que projetos irresponsáveis recebiam milhões de dólares de investidores -, muita gente boa perdeu muito dinheiro. Mas isto já acabou; portanto, tal medo é infundado.

Hoje a internet está baseada em lucros reais e menos imaginários. Planos de negócios são avaliados com base no seu retorno e na sua capacidade de remunerar o capital investido como qualquer outro negócio off-line e há uma legislação mais rigorosa que tenta impedir os exageros ocorridos no passado e que trouxe muitos prejuízos para muita gente.

Há um ano, os especuladores previam um novo estouro na internet, na Web 2.0, o que não veio a ocorrer, pois os investimentos e as empresas pontocom estão mais sólidas, os lucros são reais e menos imaginários. Planos de negócios são avaliados com base no seu retorno e na sua capacidade de remunerar o capital investido por investidores que conhecem o negócio que estão entrando como qualquer outro negócio off-line e sabem os meandros que ocorreram com a quebra daquelas empresas pontocom no passado.